No dia 05 de março de 2014, com a tradicional celebração da
Quarta-Feira de Cinzas, iniciamos o tempo quaresmal e as reflexões para a Campanha da Fraternidade.
A Quarta-feira de cinzas é considerada, pela Igreja Católica, a porta de entrada na quaresma. Com a cerimônia das cinzas, a Igreja abre, diante de seus filhos e filhas, a porta da sagrada penitência para que por ela todos possam passar. O "Dia das Cinzas" é uma data de significado muito especial para a comunidade cristã. É um símbolo da conversão e mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias entre essa terça-feira e a sexta-feira (Santa) anterior ao domingo de Páscoa. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia utiliza essas cinzas úmidas com água benta para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”. O sinal da cruz feito com cinzas na testa simboliza o pecado e a fragilidade humana, representando sinal de penitência e conversão. Da missa de cinzas às solenidades pascais, serão 40 dias em que a Igreja não cantará músicas de glória e os tecidos usados são todas na cor roxa, que significa luto e penitência.
Devemos entender, que a quaresma é um tempo favorável onde somos convidados a fazer, com Jesus, o caminho da conversão pessoal, comunitária e social. É um tempo que se sustenta na oração, no jejum e na caridade. O início do tempo quaresmal marcado pela imposição de cinzas sobre a cabeça , lembrando nossa condição humana ‘somos pó e ao pó voltaremos’, representa para nós um tempo de penitência, um tempo de mudança de vida, de rezar mais, de buscar mais a Deus. O Jejum, comum nestes dias, deve ir além da privação do que se gosta. É a oportunidade para as pessoas repensarem os excessos que cometem no dia a dia. É abrir mão do que se gosta para reencontrar o equilíbrio emocional e físico.
Campanha da Fraternidade 2014
Este ano, a campanha aborda o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
Para Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo de Campos (RJ), é "Tempo de configurar-se com Cristo Crucificado, revivendo sua paixão ao lado dos crucificados de hoje, particularmente neste ano, nas vitimas do trafico humano: crianças vendidas para o exterior, mulheres traficadas e obrigadas a se prostituírem, menores aliciados pelo turismo sexual, e o grande negócio da mercantilização da mão de obra escrava. Espaço para repensar nosso projeto de vida e avaliar com veracidade as motivações que o animam e lhe dão consistência, enxergando com acuosidade e verdade, aquilo que é preciso cortar como empecilho e amarra que não nos deixa seguir a Cristo."
Em mensagem enviada pelo Vaticano por ocasião da abertura da campanha no Brasil, o papa Francisco afirmou que não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria. "Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz etc”, disse. O papa se dirigiu aos fiéis, exortando sobre a problemática do tráfico de pessoas. “Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha”, lembrou o papa.
Aceite o desafio proposto pela Campanha da Fraternidade. Leia, reflita e debata sobre o tema em sua comunidade e contribua para a superação dos flagelos sociais propiciados pelo tráfico humano.